O projeto tem como principal objetivo a preservação e a valorização da música de São Tomé e Príncipe, bem como a sua divulgação fora do país. Pretende-se produzir materiais audiovisuais de qualidade do grupo musical Tempo, cuja atividade marcou a história da música das ilhas.
Num formato restruturado, que resultou numa sonoridade enriquecida e adequada a vários palcos e públicos, o grupo mantém a sua essência, bem enraizada na tradição das ilhas. No âmbito do projeto, além de uma residência criativa com músicos convidados e de gravação do material audiovisual, está programado um ensaio aberto na Casa da Cultura de Sacavém, um concerto no Club B.Leza, um workshop e um seminário.
O Grupo Tempo surgiu em 1995, quando três amigos – Guilherme Carvalho, João Carlos “Nezó” e Oswaldo Santos – encontraram-se em São João dos Angolares, localidade no sul da ilha de São Tomé, onde o Nezó nasceu e vive até agora e onde o Guilherme trabalhava naquela altura. Os três eram exímios tocadores de guitarra e excelentes compositores. Todos já se tinham dedicado à atividade musical, tanto nos projetos individuais como de grupo. O trio começou a trabalhar nas primeiras músicas e procurar lugares para atuar.
O seu sucesso deveu-se à qualidade e à originalidade das suas composições. Todas eram bem enraizadas nos ritmos locais – tanto mais tradicionais, como populares, da época dos conjuntos – no entanto os arranjos que propuseram transformaram profundamente esta música, dando-lhe uma nova sonoridade. O grupo gravou dois discos, um na Suécia, em parceria com o percussionista sueco, Per-Arne Larsson, que durante alguns anos fez parte do grupo, e outro, que não chegou a ser editado, em França. No final da primeira década dos anos 2000, o grupo suspendeu a sua atividade.
No início de 2024, dois membros do antigo grupo, João Carlos “Nezó” e Guilherme Carvalho, decidiram reativá-lo, alargando o seu formato para conseguirem chegar aos mais diversos palcos e públicos. À base original – três violas e três vozes – foi acrescentado baixo, bateria, percussão e uma voz feminina. Iniciou-se o trabalho nas novas composições, bem como a revisão e rearranjos de alguns temas já existentes. O grupo decidiu abreviar o seu nome e neste novo formato chama-se simplesmente “Tempo”.
O projeto de Reativação do grupo musical Tempo, produzido pela investigadora e gestora cultural Magdalena Chambel, foi um dos seis projetos vencedores do convite “Viagens pela música em língua portuguesa”, um prêmio concedido pela FUNARTE do Brasil e DGArtes de Portugal em colaboração com a CPLP para artistas musicais dos países PALOP + Timor Leste. Ao mesmo tempo, este projeto conta com o apoio da Câmara Municipal de Loures, grupos de moradores e estabelecimentos de restauração do bairro Quinta do Mocho, Paranada Crl e Manga-Manga.
- 29 de setembro a 6 de outubro: Residência criativa na Casa da Cultura de Sacavém
- 1, 6 e 11 de outubro: Workshop “Som ao vivo” no B.Leza e Casa da Cultura de Sacavém
- 2 de outubro: Conferência “Música como fonte para a história” na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
- 6 de outubro: ensaio aberto na Casa da Cultura de Sacavém,
- 7 e 8 de outubro: Filmagem no Club B.Leza,
- 9 de outubro: Workshop para crianças “Ouvir, imaginar e expressar: São Tomé e Príncipe pintado e cantado”, Casa da Cultura de Sacavém
- 10 de outubro: Concerto no Club B.Leza.