O Colectivo Acciones Sonoras inicia suas Jornadas de Músicas, Territórios e Vida em Porto Alegre, Brasil

As Primeiras Jornadas de Músicas, Territórios e Vida, organizadas pelo Colectivo Acciones Sonoras, têm o objetivo de proporcionar um espaço de encontro, formação e pesquisa sobre práticas sonoras e musicais da Colômbia e do Brasil e sua relação com o meio ambiente e as territorialidades, bem como com a infância e juventude.

Os convidados são três renomados mestres e uma mestra de saberes de comunidades indígenas e negras colombianos e uma mestra e um mestre da música negra do Rio Grande do Sul. Serão realizadas palestras, mostras musicais e oficinas durante três sessões de dois dias.

Participam deste projeto:

Samuel Morales. Taita, músico e pesquisador pertencente ao Povo Ancestral Misak. Construtor e designer de moradias em Guambia, Cauca. Desde a década de 1980, época da recuperação de grande parte do território do povo Misak no Cauca, ele tem se comprometido com sua comunidade como pesquisador, intérprete e construtor de instrumentos da música própria Misak: a flauta e o tambor. Por nomeação do Cabildo, autoridade do Povo Misak, atuou como Coordenador do Programa de Música e Dança e docente da Misak Universidade. Entre os anos de 2016 e 2018 exerceu o cargo de Coordenador do Programa da Primeira Infância. Tem sido assessor, colaborador e interlocutor de estudantes e pesquisadores de universidades nacionais e internacionais.

Felipe Morales Masagualli.  Taita, autoridade no programa de Saúde e Educação do Povo Ancestral Misak no território indígena de San Antonio, na cidade de Morales, Cauca, com ampla trajetória artística e como gestor comunitário e cultural. Comunicador, DJ produtor, locutor de rádio, animador de grupos musicais, intérprete e construtor de instrumentos próprios – a flauta e o tambor Misak. Entre os anos de 2017 e 2018 exerceu o cargo de alguacil no território indígena de Guambia. Docente no território indígena de Guambia (2014) e de San Antonio (2022-2024). Também é programador na emissora Namuy Wam (2012) e diretor da emissora La Bakanissima (2016-2022), da cidade de Silvia, Cauca. Atualmente é animador do grupo de tecnocumbia Pasión del Sur do Peru e diretor da Kampa Records, uma produtora de publicidade radiofônica, criação documental e produção musical.

José Walter Lasso. Compositor, violinista, cantor, agricultor e líder comunitário afro-colombiano. Destacou-se por sua trajetória na música tradicional dos Violinos Caucanos. É fundador e diretor do grupo Aires de Dominguillo, criado em 2002, com o qual obteve diversos reconhecimentos e se apresentou em vários festivais e importantes cenários da Colômbia.

Ana Lucia Caracas. Cantora e tocadora de maracas afrocolombiana, integrante do grupo Aires de Dominguillo de música de Violines Caucanos. Organiza, há décadas, as festas tradicionais e religiosas de Adoração ao Menino Deus e dos Reis Magos em Dominguillo, e é uma referência cultural na região como mestra dos saberes de canto, loas e versos tradicionais. Junto ao grupo Aires de Dominguillo, participou de numerosos festivais e espaços educativos na Colômbia.

Edjana Santos Deodoro. Fisioterapeuta, MBA em ESG & Impacto Social e MBA em Diversidade. Produtora cultural. Presidenta do Instituto Sociocultural Afro-Sul/Odomode. Idealizadora e coordenadora do programa infantil de educação antirracista Lanceirinhos Negros. Diretora artística da Cia de música e dança Afro-Sul. Coordenadora e Arte-educadora na rede municipal de ensino no projeto Escolas Preparatórias de Dança de POA. Professora licenciada do Curso de Metodologia de Dança afro-gaúcha Iara Deodoro. Bailarina, professora e coreógrafa Cia de dança Afro-Sul. Bailarina e coreógrafa do projeto Mocap Streamer da University of London. Coreógrafa da Comissão de Frente da escola de Samba Realeza. Coordenadora institucional da Companhia Municipal de Dança de POA.

Paulo Romeu. Diretor musical do Grupo de Música e Dança Afro-Sul e coordenador do Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomode, Porto Alegre, há 50 anos, junto com Iara Deodoro. O Afro-Sul desenvolve projetos educacionais e culturais em dança, música, moda e gastronomia, com base na cultura e na história africana e afro-brasileira, e promove especialmente a história e memória afro-gaúchas, contribuindo para a valorização da cultura negra na sociedade, balizada em uma perspectiva sociocultural fortemente marcada pelo coletivo e com objetivo de lutar contra o racismo. Como pesquisador e divulgador da cultura afro-gaúcha, Paulo atua nas áreas de composição, canto e percussão, e também como violonista e contrabaixista. É licenciado em música pelo Centro Universitário Metodista IPA e idealizador e professor dos projetos de ensino de sonoridades de matriz afro-gaúcha, como Farra de rua, Odomode tambor, Curso de Percussão feminina e Escola livre de percussão

O Colectivo Acciones Sonoras é formado por pesquisadores e músicos que exploram as práticas musicais sonoras através das Artes, Etnomusicologia, Musicologia, Antropologia Social e Sociologia com o intuito de construir espaços para a pesquisa, a criação, a divulgação científica, a formação e a participação social. Criado em 2017, é coordenado por Oscar Giovanni Martínez e Paloma Palau, pesquisadores e músicos colombianos residentes em Porto Alegre, Brasil.

Paloma Palau Valderrama. Doutora em Etnomusicologia e Musicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestra em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Licenciada em Música pela Universidad del Valle (Colômbia). Em 2024 produziu o documentário “Matizes do Choro em Porto Alegre”. Atualmente, é flautista e professora de flauta doce e transversal autônoma com vinte anos de experiência.

Oscar Giovanni Martínez Peña. Doutor e Mestre em Antropologia Social pela UFRGS; com graduação em Engenharia Elétrica pela Universidad del Valle (Colômbia) e percussionista com vinte e cinco anos de experiência. Em 2024 foi vencedor do Prêmio IASPM-AL de Teses e Dissertações; foi indicado para o Concurso Brasileiro ANPOCS de Obras Científicas e Teses Universitárias em Ciências Sociais.

Este projeto foi um dos cinco vencedores do Prêmio Colômbia no Mundo, através do qual o Ministério da Cultura da Colômbia premiou iniciativas que desenvolvem trabalhos de pesquisa, divulgação e ensino da música colombiana em outras partes do mundo.

  • 18 e 19 de novembro, Centro Cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sala Pintangueira, Porto Alegre, RS, Brasil