Autor: Ricardo Gomez Coll

  • Paula Molinari em Residência Artística: “Ciclo de Miniaturas para Voz Solo” inspirado no Roy Hart Théâtre

    Paula Molinari em Residência Artística: “Ciclo de Miniaturas para Voz Solo” inspirado no Roy Hart Théâtre

    A artista brasileira Paula Molinari está desenvolvendo um ciclo de miniaturas para voz solo, fundamentado nas pesquisas do Centre de Voix Roy Hart e nas práticas de Kozana Lucca. Seu projeto integra elementos das culturas indígenas e quilombolas, destacando a preservação ambiental e a valorização dos saberes tradicionais. Como artista-pesquisadora, Molinari explora as múltiplas dimensões expressivas da voz, desafiando normas de gênero. Inspirada pela visão de Alfred Wolfsohn, sua proposta concentra-se na exploração de uma voz livre de distinção entre masculino e feminino.

     

    O ciclo de miniaturas busca capturar a essência dessa liberdade vocal, permitindo que a voz humana se expresse plenamente, sem fronteiras impostas. Essa abordagem amplia o escopo do projeto, promovendo uma reflexão crítica sobre os estereótipos vocais e a fluidez das expressões humanas.

     

    Além da criação artística, o projeto prevê uma devolutiva social, na qual o processo criativo e seus resultados serão compartilhados com comunidades no Brasil e na França, bem como com o público em geral. O formato inclui apresentações abertas do processo criativo e, graças ao convite da Escola de Teatro da Universidade de Lisboa, a artista apresentará sua pesquisa na 9ª edição de Conversas (In)seguras, em 25 de março, no Pentagon.lx, em Lisboa, no formato de conferência-concerto.

     

    Paula Molinari, ao defender o trabalho vocal como um caminho para contribuir para uma transição ecológica, ressalta que voz e música compartilham uma característica comum: ambas são manifestações pré-linguísticas. É na escuta do que é pré-linguístico que se refaz a dinâmica relacional, promovendo transformações nos modos de vida.

     

    O formato de conferência-concerto desempenha um papel essencial no projeto, tornando pública a influência composicional e musical de compositores brasileiros como Sérgio Leal, Sílvio Ferraz e Francisco Silva, que escreveram obras específicas para sua voz solo.

     

    Além disso, essa estrutura permite uma conexão direta com o conceito central do ciclo de miniaturas, que se baseia em um conjunto de experiências sensoriais que conectam voz e natureza. A artista tem explorado essas interações por meio de imersões em áreas de preservação ambiental, como o Delta das Américas e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, incorporando elementos desses ecossistemas na composição das peças vocais. Assim, a conferência-concerto não apenas revela as influências musicais do projeto, mas também evidencia sua relação intrínseca com a paisagem sonora e a ecologia.

     

    A proposta é criar uma obra que reflita a riqueza das camadas culturais e sonoras dessas experiências, gerando impacto tanto no desenvolvimento artístico quanto no fortalecimento do diálogo intercultural. Trata-se de uma iniciativa que une arte vocal contemporânea, inovação e compromisso com o desenvolvimento sustentável. Através da arte vocal, o projeto ressignifica as experiências das comunidades envolvidas, promovendo a valorização de seus saberes tradicionais e fortalecendo sua conexão com a natureza, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e inspirando uma nova consciência ecológica.

     

    Influenciada por artistas e pesquisadores como Kozana Lucca, Leah Barclay, Catherine Laws, Pauline Oliveros, Murray Schafer, Bernie Krause, Alvin Lucier e John Cage, Paula Molinari desenvolve composições site-specific para coro, orquestra, pista digital e improvisação livre. Sua predileção por criações colaborativas a levou a integrar Abraços (2018), um projeto de rádio-arte interativa da France Culture Radio France, envolvendo artistas do Brasil, Argentina e França.

     

    Como cantora, dedica-se ao repertório para voz solo desde 2023. Paralelamente, conduz corais com foco nas músicas à capella, como parte do seu processo criativo. Entre 2000 e 2004, apresentou-se ao lado do violoncelista Walter Moure, explorando toda a obra de John Dowland em uma série de concertos realizados em São Paulo, Buenos Aires, Paris e Thoiras. Também participou da montagem da ópera A Flauta Mágica, de Mozart, com a Orquestra Sinfônica de Curitiba. É fundadora do Latin Theatre International Wolfsohn e Hart Voice Work, um coletivo de artistas e pesquisadores latino-americanos.

     

    Atualmente, Paula Molinari é professora da Universidade Federal do Maranhão, atuando no Programa de Pós-Graduação Acadêmico Interdisciplinar em Dinâmicas Sociais, Conexões Artísticas e Saberes Locais e no Curso de Licenciatura Interdisciplinar em Linguagens e Códigos – Música, no Centro de Ciências de São Bernardo, Maranhão, Brasil. Ela também colabora como co orientadora junto à Universidade de Lisboa (co orientação de doutorado), à Universidade Nacional de Rosário – Argentina (orientação de doutorado), à Universidade de São Paulo – USP (orientação de doutorado) e à Universidade Estadual Paulista – UNESP (pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Educação Musical – G-Pem).

     

    O projeto de Paula Molinari foi vencedor da chamada 2024 do programa Ibermúsicas, na categoria “Apoio a Artistas e Pesquisadores para Residências”.

     

    • 9 de abril – Teatro de Malérargues, Centre Roy Hart, Thoiras, Malérargues, França
    • 5 de maio – Centro de Ciências de São Bernardo, Maranhão, Brasil
  • A nova edição do Pumpumyachkan tinkuy 2025 chega ao Peru

    A nova edição do Pumpumyachkan tinkuy 2025 chega ao Peru

    O Pumpumyachkan tinkuy é um tempo e um espaço de encontro e reencontro em território andino, dedicado à pesquisa, divulgação, produção e transferência de conhecimentos, saberes e experiências em criação musical, sonora e audiovisual. Seu foco são as tecnologias e as comunidades que as praticam e desenvolvem, reunindo pessoas, coletivos e projetos que, por meio da experimentação dessas ferramentas, exploram temas relacionados a seus próprios territórios, à memória e às crises contemporâneas.

     

    O Tinkuy também se propõe a prestar atenção ao impacto dessas ferramentas em seus próprios corpos e territórios, seus vínculos com as tecnologias locais, o uso e o desenvolvimento de tecnologias livres e os sentimentos e emoções que surgem quando as pessoas se encontram para compartilhar essas questões.

     

    Este Encontro busca reunir disciplinas e estimular reflexões sobre a Música Contemporânea, o som além dela, a tecnologia como ponte de conhecimento e a cultura livre como estratégia de sustentabilidade e desenvolvimento. A cultura livre desempenha um papel fundamental, pois promove processos abertos de exploração criativa e conecta mundos que são tão diversos quanto complementares, apoiando valores como colaboração, construção de comunidades e respeito à diversidade.

     

    Nesse contexto, e graças ao apoio do Ibermúsicas, serão apresentados os workshops “Oficina sobre experimentação e desenvolvimento de circuitos de música eletrônica” e “Sistemas modulares, sintetizadores analógicos e digitais”, facilitados pelo Circuito Sonoro Lab, e a oficina “Resistência e conectividade: processo de criação da Performance Sonora Resistires”, de Cristina Collazos.

     

    O Circuito Sonoro Lab é um projeto colombiano pioneiro e colaborativo criado por Ximena Delat e Laura Katic, ambas com mais de 15 anos de experiência no campo da música, design de som e luteria eletrônica. Ximena Delat, conhecida por ter construído o primeiro sintetizador modular colombiano, traz sua experiência na criação de máquinas sonoras e projetos artísticos, enquanto Laura Katic, como designer de som e produtora musical, enriquece o laboratório com seu conhecimento na produção e exploração de novas ferramentas sonoras. Ambas são membros da dupla Caperooza, que também fará um show no contexto do encontro.

     

    Cristina Collazos é uma artista boliviana que, por meio de experimentos tecnológicos e materiais, reflete sobre novas visões, percepções e relações humanas com o planeta, seus elementos e habitantes. Sua produção sonora se concentra na experimentação com diferentes dispositivos eletrônicos analógicos DIY, coleções de sons e materiais de diferentes lugares do território. Ela está interessada em refletir sobre as técnicas e sistemas intrínsecos à existência das espécies que habitam o planeta, em relação à tecnologia contemporânea. Ela também fará um concerto no contexto do encontro.

     

    Pumpumyachkan tinkuy é um projeto vencedor da chamda 2024 do Programa Ibermúsicas em sua linha de “Apoio à programação musical”.

     

  • O 4º Ciclo Anual de Práticas de Choro continua em Buenos Aires, Argentina

    O 4º Ciclo Anual de Práticas de Choro continua em Buenos Aires, Argentina

    O grupo argentino de choro Mistura & Manda, através de seu projeto de formação “Choro Parceiro Argentina”, propõe o 4º Ciclo Anual de “Práticas de Choro” para músicos que desejam aprender ou aprofundar seus conhecimentos neste belo gênero musical instrumental tipicamente carioca. Com a coordenação de um grupo de músicos com experiência no gênero, serão realizadas dez práticas de choro por mês.

     

    Mistura & Manda é um grupo de músicos argentinos que se dedica exclusivamente ao choro há 20 anos. A partir de 2020, acrescentaram à sua atividade musical a tarefa de divulgar e ensinar o gênero musical por meio da iniciativa Choro Parceiro Argentina, um projeto que conta com o apoio institucional da Escola Portátil de Música – EPM Rio de Janeiro.

     

    Desde 2004, e de forma ininterrupta, Mistura & Manda tem realizado um grande número de apresentações em todos os tipos de locais e para diferentes públicos, incluindo prestigiadas salas de concerto, universidades, festivais, bares, centros culturais, institutos de idiomas, estações de rádio, casas de música ao vivo, entre outros. Eles foram repetidamente selecionados para a programação dos “Bares Notables” do Ministério da Cultura da Cidade de Buenos Aires.

     

    Em 2011, lançaram seu primeiro CD “Choro Vivo”, no qual registraram parte de seu trabalho de arranjos, interpretação e composição dentro do gênero.

     

    Fizeram várias apresentações na Embaixada do Brasil, que concedeu ao grupo uma carta de apoio institucional. Tendo recebido o apoio do Ibermúsicas em 2015, no ano seguinte apresentaram seu segundo disco “Lloros” (choros de compositores argentinos) na Casa do Choro do Rio de Janeiro e na Escola Portátil de Música do Rio de Janeiro, com grande aclamação de renomados músicos cariocas e do público especializado.

     

    Este segundo disco foi dedicado aos compositores argentinos que se aventuraram no choro, demonstrando os estreitos laços culturais entre as capitais dos dois países a partir da década de 1920. O trabalho reúne obras de grandes mestres como Atahualpa Yupanqui, Eduardo Falú, Horacio Salgán, Oscar Alemán, Roberto Grela, Juan Falú, Rudi Flores e composições de Gabriel Trucco, Esteban Ibañez e Sebastián Luna, integrantes do Mistura & Manda. Essa produção, que conta com convidados do porte de Juan Falú, Rudi e Nini Flores, e o Trío Turuna (Brasil), foi escolhida pelo jornal Página 12 como um dos 10 melhores álbuns de 2016. Em 2018, parte desse material foi apresentado com a Orquesta de Cámara del Congreso de la Nación, com arranjos especialmente escritos para a ocasião por grandes arranjadores cariocas (Mauricio Carrilho, Paulo Aragao, Pedro Paes, Jayme Vignoli).

     

    Em 2019 fizeram uma apresentação em Buenos Aires com duas referências do gênero como Mauricio Carrilho e Paulo Aragao, e iniciaram a série de shows “Vibraciones” pelos 15 anos de carreira do grupo, com convidados especiais como Andrés Pilar, Noelia Moncada, Rudi Flores, Rogerio Souza e Juan Falú.

     

    Em 2020, criaram o projeto “Choro Parceiro Argentina”, um espaço de formação para músicos da região, incorporando a saxofonista Magalí Carballo como membro do corpo docente. Obtiveram a Beca Formadores 2021, concedida pelo Fondo Nacional de las Artes (FNA) e realizaram o ciclo anual de Práticas de Choro durante 2022, 2023 e 2024.

     

    Na convocatória 2024 do Programa Ibermúsicas, receberam o Prêmio Especial Brasil/Ibermúsicas concedido pela FUNARTE (Fundação Nacional de Arte) do Brasil, somando assim mais um merecido reconhecimento ao seu trabalho, desta vez concedido pela mais alta instituição governamental de cultura do país de origem do choro. Este prêmio especial do Programa Ibermúsicas, em colaboração direta com a FUNARTE, tem como objetivo mapear e ao mesmo tempo reconhecer as iniciativas dedicadas à divulgação, pesquisa e ensino da música brasileira, em qualquer parte do mundo e fora do território nacional.

     

    • Próximo encontro: 6 de abril das 17h às 19h30 no “Bar de Fondo”, Julián Álvarez 1200, Palermo, Buenos Aires, Argentina.
    • Datas dos próximas seguintes encontros: 11 de maio, 1º de junho, 6 de julho, 3 de agosto, 7 de setembro, 5 de outubro, 2 de novembro e 14 de dezembro
    • Inscrições em: @choroparceiro_argentina
  • A banda chilena Kizulariki continua com sua primeira turnê internacional, apresentando-se em vários palcos no Brasil

    A banda chilena Kizulariki continua com sua primeira turnê internacional, apresentando-se em vários palcos no Brasil

    Kizulariki está lançando seu primeiro projeto internacional, uma turnê que os levará à cidade de São Paulo, no Brasil. A banda, conhecida por sua energia e performance, levará uma parte do Deserto do Atacama e da Cordilheira dos Andes para as margens do Atlântico. Eles farão uma homenagem às histórias do Peabiru, uma estrada ancestral que ligava os Andes às culturas que habitavam o que hoje é São Paulo.

     

    Kizulariki é uma banda de funk do deserto do Atacama que funde uma variedade de estilos musicais com uma encenação poderosa. Kizulariki é multiculturalismo. Seus integrantes, vindos de diferentes regiões do Chile e do Brasil, trazem diferentes raízes culturais. Os integrantes vivem no Atacama, resgatando elementos da cultura local, enquanto outros vivem em São Paulo, trazendo influências brasileiras. Essa mistura se reflete na sonoridade e nas influências rítmicas da banda, que incorpora elementos como o Choro (Brasil) e a Cueca (Chile), vários instrumentos indígenas, contação de histórias da cultura andina e colaborações com artistas latino-americanos e afrodescendentes.

     

    Esse projeto do Kizulariki foi premiado na chamada 2024 do Programa Ibermúsicas na linha de “Apoio à circulação de profissionais da música”.

     

    • 06 de abril: «Kizulariki en el camino de Peabiru» ao vivo no Centro Cultural Bananal. São Paulo
    • 09 de abril: «Kizulariki no caminho de Peabiru» ao vivo em Casa Locomotiva, São Paulo.
    • 13 de abril: Show público na Avenida Paulista, São Paulo
    • 17 de abril: “Kizulariki no caminho de Peabiru” no SESC Franca.
    • 20 de abril: KIZU FEST II, festival no Projeto Viela, uma ONG em São Paulo
    • 21 de abril: “Kizulariki no caminho de Peabiru” no SESC Ipiranga.
    • 27 de abril: Show público na Avenida Paulista, São Paulo.
    • 2 de maio: “Kizulariki no caminho de Peabiru” no SESC Birigui
  • Paty Britez, do Paraguai, apresenta seu projeto “Guaraní Purahèi- Ava Ñe’ẽ, a língua nativa, com história e cultura”, segunda parte

    Paty Britez, do Paraguai, apresenta seu projeto “Guaraní Purahèi- Ava Ñe’ẽ, a língua nativa, com história e cultura”, segunda parte

    Há uma necessidade de materiais didáticos para o ensino da língua guarani, por isso o projeto “Guaraní Purahèi- Ava Ñe’ẽ, a língua nativa, com história e cultura”, tem como objetivo produzir material didático discográfico e audiovisual, com temas musicais inéditos na língua guarani, destinado a crianças no Paraguai e em toda a América Latina, a fim de divulgar essa língua ancestral latino-americana e, assim, torná-la conhecida em todo o mundo.

     

    Os idiomas oficiais do Paraguai são o guarani e o espanhol, sendo o guarani o idioma nativo das comunidades. Mas com o passar do tempo e as guerras que ocorreram no país, o espanhol ganhou força e alguns governos chegaram a proibir o guarani, mas isso não impediu que o idioma continuasse vivo. Hoje, a educação no Paraguai é bilíngue, e o guarani é ensinado nas escolas desde o jardim de infância até o final do ensino médio.

     

    Essa proposta foi a vencedora da chamada 2024 do Programa Ibermúsicas na linha de apoio a projetos virtuais.

     

    • Sábado, 5 de abril, 9h30, coletiva de imprensa no Espaço Cultural “Rocemi Arte y Vida”, Itapúa, Paraguai.
  • Encontro presencial com a Unidade Técnica do Programa Ibermúsicas no Panamá

    Encontro presencial com a Unidade Técnica do Programa Ibermúsicas no Panamá

    No âmbito do XXII Conselho Intergovernamental do Programa Ibermúsicas, que terá lugar na Cidade do Panamá, o pessoal da Unidade Técnica do Programa realizará um encontro presencial com o sector musical panamiano.

    Trata-se de uma excelente oportunidade para que artistas musicais, produtores, programadores de festivais e outros actores e agentes do ecossistema musical panamiano se reúnam para debater e expressar as suas perguntas.

    A agenda se concentrará em:

    ● Acções e alcances do Programa Ibermúsicas
    ● O Panamá no mapa musical ibero-americano
    ● Como concorrer às próximas convocatórias

    Haverá também uma ronda de perguntas. A entrada é livre e sem necessidade de inscrição prévia.

    ● Quarta-feira, 2 de abril, 10h, Auditório Roque Cordero da Cidade das Artes, Ancón, Llanos de Curundu, Calle 4E, Cidade do Panamá
    de Panamá

  • Chega: ¡Que suene la rebelión queer! (Deixe a rebelião queer soar!) Resistências musicais LGBTI na América Latina, lançamento e apresentação de Luis Gabriel Mesa Martínez (Colômbia)

    Chega: ¡Que suene la rebelión queer! (Deixe a rebelião queer soar!) Resistências musicais LGBTI na América Latina, lançamento e apresentação de Luis Gabriel Mesa Martínez (Colômbia)

    Como pesquisador principal do projeto “Deixe a rebelião queer soar! Resistências musicais LGBTI na América Latina” (em coautoria com a Dra. Fiorella Montero-Díaz), o musicólogo colombiano Luis Gabriel Mesa Martínez apresentará um documentário e fará apresentações sobre sua pesquisa na Espanha.

     

    Essa pesquisa integrou depoimentos de diferentes artistas LGBTI+ da Colômbia e do Peru sobre o uso da música como veículo de expressão e resiliência diante dos alarmantes índices de violência na América Latina. O resultado foi uma curta-metragem que expõe diferentes eixos de discussão, com uma abordagem interseccional que enfoca a música como uma resposta à discriminação de gênero, ao racismo e ao classismo. Esta proposta se articula com os convites da Escuela Superior de Música (Catalunha) e da Universidad Complutense (Madri), para socializar a curta-metragem em pré-estreia e realizar conversas de reflexão com a população acadêmica e coletivos LGBTI+.

     

    No contexto dos países latino-americanos, várias campanhas anti direitos focadas em atacar uma suposta “agenda gay” ou a mal chamada “ideologia de gênero” foram fortalecidas, encontrando apoio em governos conservadores, por sua vez apoiados por movimentos religiosos fundamentalistas que perpetuam a marginalização da comunidade LGBTI+. Essa violação de direitos iguais constitui um dos eixos centrais que tornaram esse projeto um exercício de pesquisa extremamente importante e urgente para aprofundar o papel da música como ferramenta de luta e transformação.

     

    Em 2020, nasceu o projeto “Deixe a rebelião queer soar!: Resistências Musicais LGBTI+ na América Latina”, que reuniu pessoas das áreas de música, ativismo e pesquisa musical, em um diálogo transdisciplinar com antropologia, sociologia, psicologia, saúde coletiva, ciências jurídicas, artes visuais e artes cênicas, para discutir respostas à violência contra a comunidade LGBTI+ nos países latino-americanos. Sob a liderança de Luis Gabriel Mesa Martínez e Fiorella Montero-Díaz, o projeto se materializou, em julho de 2022, em duas reuniões internacionais que ocorreram na Faculdade de Artes da Pontifícia Universidade Javeriana (Bogotá) e na Fundação “TransFormar” (Lima).

     

    As atividades propostas incluem palestras de conscientização sobre o papel da música como veículo de construção social, em benefício das pessoas LGBTI+, e constituem o início de uma colaboração com projeções sustentáveis para fortalecer as redes acadêmicas e artísticas entre as duas instituições espanholas e Luis Gabriel Mesa Martínez, como representante da Pontificia Universidad Javeriana de Bogotá (Colômbia).

     

    Luis Gabriel Mesa Martínez é musicólogo e pianista, bacharel em Artes pelo Macalester College (Minnesota) e PhD em História e Ciência da Música pela Universidade de Granada (Espanha). Sua produção fonográfica inclui seis álbuns de música latino-americana para piano e conjuntos de câmara, com ênfase especial na divulgação de compositores do sudoeste da Colômbia. Ele co-produziu quatro documentários audiovisuais e publicou livros sobre compositores de Nariño (Colômbia), com foco em discussões sobre identidade, gênero e transnacionalidade.

     

    Seu próximo livro, intitulado Plínio Herrera: ecos de uma bandola nariñense, será lançado em abril de 2025, sob o selo da Editorial Javeriana. Dirigiu o programa de Mestrado em Música da Pontificia Universidad Javeriana (Colômbia) entre 2016 e 2024, onde trabalha como professor associado e coordena a área de musicologia, bem como as funções de internacionalização da Faculdade de Artes.

     

    Este projeto é possível graças ao apoio do Programa Ibermúsicas através de sua linha de “Ajuda à circulação de profissionais da música”, chamada 2024.

     

    • 4 de abril: Gender Sounds, ESMUC (Escola Superior de Música da Catalunha), Barcelona, Espanha.
    • 8 de abril: Série de palestras da Faculdade de Geografia e História, Universidade Complutense de Madri, Espanha
  • A agrupação portuguesa madeirense “Bossa Livre” fará uma turnê pelo sul de Brasil

    A agrupação portuguesa madeirense “Bossa Livre” fará uma turnê pelo sul de Brasil

    Com o intuito da aproximação cultural entre a Europa e a América, serão realizados os concertos do projeto “Bossa livre”, grupo composto por reconhecidos músicos madeirenses de estilos e áreas completamente contrastantes da música, desde a bossa nova a música clássica e do jazz à música eletrónica. Este projeto nasceu no sentido de criar um ambiente musical focado no encontrar um terreno comum e inclusivo de diferentes realidades musicais, livre de qualquer tipo de regra ou imposição, onde os músicos contribuem com suas competências na criação de uma rica diversidade de ferramentas musicais.

     

    Este encontro será realizado em parceria com as instituições brasileiras do Mato Grosso do Sul como o Instituto Moinho Cultural Sul Americano e a Cravo Produções, organizadora do Campo Grande Jazz Festival,

     

    O projeto visa estabelecer um intercâmbio artístico ibero-americano. Serão feitas ações formativas pela equipa, sendo estas direcionadas aos alunos dos Projetos Sociais e de ensino de instrumentos no Mato Grosso do Sul. É previsto além dos concertos e formações dos músicos do “Bossa livre”, uma colaboração artística com o grupo de jazz “El Trio” de Campo Grande e o concerto de Norberto Cruz, músico formado na itália no bandolim e que se especializou na música barroca, com a Orquestra de Câmara do Pantanal. Será também uma preparação para uma reposição na ilha da Madeira (Portugal) em 2025, com uma circulação do Instituto Moinho Cultural Sul Americano e o músico madeirense em território Português.

     

    O presente projeto foi vencedor da chamada 2024 do Programa Ibermúsicas na linha de “Apoio à circulação de profissionais da música”.

     

    • 3, 4 e 5 de abril: Instituto Moinho Cultural Sul Americano, Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil
    • 17, 18 de abril: Campo Grande Jazz Festival, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • A artista portuguesa Reina del Mar está desenvolvendo sua residência de criação sonora em Casa Líquida, São Paulo, Brasil

    A artista portuguesa Reina del Mar está desenvolvendo sua residência de criação sonora em Casa Líquida, São Paulo, Brasil

    O Instituto Casa Líquida, localizado em São Paulo, está recebendo durante março e abril, a artista portuguesa Reina Del Mar, para uma residência de criação sonora. Em sua primeira vinda ao Brasil a artista irá desenvolver uma faixa sonora inédita.

     

    A proposta é que, esta faixa inédita, produzida com o apoio do Estúdio Sem Piscina, um dos suportes disponíveis na Casa Líquida, seja criada a partir de sobreposições de áudios-manifestos, vozes de inteligência artificial, de captações feitas em espaços urbanos, entre outros.

     

    Segundo Reina Del Mar, a pesquisa curatorial  intitulada “Vade Mécum para afundar e ficar à tona de água”, reflete sobre a tênue linha que atravessa sentimentos e ideias da vida contemporânea, entre o estar em controlo (flutuar, ficar à tona) e o ser controlado/manipulado (mergulhar, afundar).

     

    Reina Del Mar é exploradora de práticas de hackeamento cultural  através da curadoria, programação cultural e sonoplastia, remix e produção sonora. A artista também é membro fundadora do coletivo transfeminista PEDREIRA (Porto), além de colaboradora, desde 2021, na curadoria musical do Festival Tremor (Açores) e do projecto artístico em stand(s) automoveis STAND PROJECT (Lisboa).

     

    Com dez anos de atividades em São Paulo, a Casa Líquida é um local de confluências artísticas, criação e pesquisa. Sua estrutura conta com quartos de residência, ateliês de artes visuais, sala de ensaio/dança, além do estúdio de produção fonográfica, o Estúdio Sem Piscina. Por ela já circularam mais 3 mil artistas de áreas diversas como música, dança, performance, dramaturgia, teatro e artes visuais, que desenvolveram pesquisas, mostras, criaram espetáculos, ensaios fotográficos, álbuns musicais, filmes, entre outros projetos.

    Essa proposta foi a vencedora da chamada do Ibermúsicas 2024 na linha “Apoio a instituições para residências”.

     

    • Do dia 27 de fevereiro até 5 de abril de 2025, conforme anexo de passagens aéreas.
  • Prania Esponda, do México, inicia a produção do podcast Sorori-Rap

    Prania Esponda, do México, inicia a produção do podcast Sorori-Rap

    Sorori-Rap é um podcast de 7 episódios que contará com 7 convidadas, 6 mulheres rappers e 1 jornalista especializada na diferença de género. As entrevistas serão orientadas para tornar visíveis as histórias de mulheres rappers de diferentes partes do mundo e a diferença de género vivida pelas mulheres na indústria musical, além de divulgar ferramentas funcionais que ajudam a compreender como algumas mulheres rappers conseguem rentabilizar os seus projectos musicais.

    Tudo será feito a partir de uma perspetiva de género e de um princípio ético entre as mulheres: a sororidade. Com o objetivo de criar relações mais fortes e duradouras com outras mulheres da indústria e, acima de tudo, inspirar outras mulheres, adolescentes e meninas  para o rap.

    As participantes incluirão: Mare Advertencia Lirika (México), Audry Funk (México), Incendiaria (Colômbia), Karina Sonoridad (México) e Ximbo (México).