Autor: Ricardo Gomez Coll

  • A artista e compositora espanhola Catalina Ishtar apresenta “Skåne: uma experiência imersiva para conscientização ambiental”

    A artista e compositora espanhola Catalina Ishtar apresenta “Skåne: uma experiência imersiva para conscientização ambiental”

    Catalina Ishtar apresenta seu mais recente projeto interdisciplinar, “Skåne: uma experiência imersiva para conscientização ambiental”, uma residência artística que combina música, tecnologia e arte olfativa para refletir sobre a transformação do ambiente natural diante dos efeitos da urbanização. Essa iniciativa será realizada na região de Skåne, na Suécia, com o apoio do Museu de Arte de Malmö e do Inter Art Center da Universidade de Lund.

     

    No centro do projeto está um trabalho musical inovador baseado em gravações de campo feitas nas paisagens naturais de Skåne, incluindo sons da vida selvagem, do vento e da água, bem como da poluição sonora urbana. Esses elementos são processados por meio de análise espectral para desenvolver composições que contrastam a pureza sônica da natureza com os efeitos da expansão urbana.

     

    A instalação imersiva que complementa essa experiência combina as paisagens sonoras com aromas locais, evocando uma experiência multissensorial que transforma a percepção do espaço. Esse projeto não apenas reflete um compromisso com a sustentabilidade, mas também explora o potencial da música contemporânea como um meio de conscientização social.

    A apresentação pública ocorrerá em Malmö, na Suécia, marcando o encerramento dessa jornada criativa que convida à reflexão sobre a conexão entre arte, natureza e humanidade.

     

    “Skåne: uma experiência imersiva para conscientização ambiental”, de Catalina Ishtar, é um projeto vencedor da convocatória 2024 do Programa Ibermúsicas em sua linha de Apoio a artistas e pesquisadores para residências.

  • “Mulheres no universo musical de São Tomé e Príncipe” é o projeto de investigação de Magdalena Chambel que começa em fevereiro

    “Mulheres no universo musical de São Tomé e Príncipe” é o projeto de investigação de Magdalena Chambel que começa em fevereiro

    A pesquisadora portuguesa Magdalena Chambel inicia sua residência de pesquisa na Agro N’Golá, em São João dos Angolares, São Tomé e Príncipe. O projeto tem como objetivo o mapeamento, a documentação e a análise da participação de mulheres no universo musical de São Tomé e Príncipe. Pretende-se identificar os fatores que causam a sua parca presença. O foco principal é dirigido às artistas individuais, atualmente ou recentemente ativas.

     

    Além das entrevistas às artistas de várias partes do arquipélago, será realizado um estudo de caso de pontos de vista das mulheres santomenses sobre a participação feminina nas atividades musicais. Às atividades científicas, juntar-se-ão outras, de caráter sociocultural, educativo e artístico. Com este projeto pretende-se ampliar e multiplicar as vozes das mulheres artistas.

     

    Magdalena Chambel é investigadora investigadora do Centro de História da Universidade de Lisboa, do Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral em Bissau e do Centro de Estudos Internacionais do Iscte. Doutorada e mestre em Estudos Africanos pelo Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, licenciada em Etnologia e Antropologia Cultural pela Universidade de Varsóvia e formada em Música pelo Conservatório Nacional de Música. Realizou um projeto de pós-doutoramento em História no LLACAN/CNRS (França). É fundadora da organização santomense Manga-Manga (manga-manga.com), autora do portal Mapa Cultural de São Tomé e Príncipe (cultura.st) e faz parte da comissão editorial da Agenda Cultural de Bissau. Realizou e produziu dois documentários sobre a história das roças em STP. É autora do livro “Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe: do colonialismo à independência” (Lisboa, 2022).

     

    Colaboraram neste projeto: José Chambel (fotógrafo), João Carlos “Nezó” (músico, compositor, artista plástico), Grupo de bulauê Nhé Kosso de São João dos Angolares, e o povo de Agro N’Golá, São João dos Angolares

     

    O projeto “Mulheres no universo musical de São Tomé e Príncipe” venceu a convocatória do Ibermúsicas 2024 para Apoio a artistas e pesquisadores para residências.

  • Edurne Arizu, da Espanha, juntamente com Tomi Lebrero e Segundo Bercetche, ambos da Argentina, acabaram sua pesquisa com instrumentos de fole

    Edurne Arizu, da Espanha, juntamente com Tomi Lebrero e Segundo Bercetche, ambos da Argentina, acabaram sua pesquisa com instrumentos de fole

    O bandoneonista Tomi Lebrero e o músico Segundo Bercetche têm trabalhado em projetos relacionados à ideia do “futuro das tradições”. Esse projeto tenta criar pontes e contrastes entre o bandônio e o acordeão nos Pirineus, em Navarra e no País Basco.

     

    O projeto faz foco no desenvolvimento das diferentes histórias que envolvem os instrumentos de fole em Navarra, nos Pirineus e no País Basco e as contrastará com os mitos e verdades que envolvem a origem do bandônio. Em algumas ocasiões, será interessante confrontar as duas versões, como fizeram em sua pesquisa anterior na Alemanha, sem a intenção de provar que um discurso é mais verdadeiro do que o outro, mas sim mostrar como esses discursos podem coexistir e fazem parte do crescente patrimônio cultural que envolve essa família de instrumentos.

     

    Este projeto é apoiado pelo Programa Ibermúsicas por meio de sua convocação “Ayudas a proyectos virtuales”, 2023.

     

  • A clarinetista chilena Javiera Hunfan inicia seu trabalho de pesquisa no Brasil “A vida e a obra inéditas de Malaquías”

    A clarinetista chilena Javiera Hunfan inicia seu trabalho de pesquisa no Brasil “A vida e a obra inéditas de Malaquías”

    A clarinetista chilena Javiera Hunfan realizará uma pesquisa sobre a obra do clarinetista carioca Manuel Malaquías. Esse projeto terá início em fevereiro de 2025, no Rio de Janeiro, juntamente com o pesquisador e flautista Leonardo Miranda. Após o resgate do conteúdo biográfico e musical, será iniciado o processo de arranjo e criação de partituras para a gravação de um álbum com 12 músicas, que será gravado com o Conjunto Regional Paulista Jacarandá no Estúdio Mapa. Manuel Malaquias foi um clarinetista do final do século XIX, em um período histórico muito importante para a música popular brasileira. Ele e outros músicos da época foram os arquitetos do nascimento do choro.

     

    A música popular urbana brasileira começou a se desenvolver com a presença de instrumentos musicais como o piano, o violão e o bandolim, além de uma variedade de instrumentos de sopro que a coroa portuguesa e a onda de imigrantes europeus trouxeram no século XIX. Naquela época, a música erudita importada pelos portugueses incluía polcas, schottisch, mazurcas e valsas, entre outros estilos. Além disso, houve o tráfico maciço de escravos africanos, que introduziu uma rica tradição rítmica e percussiva, como o lundu, que, adaptando-se ao novo ambiente, acabou se fundindo com a cultura europeia. No final do século XIX, o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, estava passando por um período de transformação social e cultural impulsionado pela abolição da escravatura em 1888, pela chegada de diversas influências culturais e pelo progresso industrial e tecnológico. Essa confluência de fatores deu início a uma nova era, caracterizada pelo surgimento de músicos e artistas de várias disciplinas. Assim nasceu um novo gênero musical, considerado o primeiro gênero urbano genuinamente brasileiro: o choro, um gênero instrumental, que é um dos mais importantes da história musical e cultural brasileira.

     

    Naquele período, músicos eruditos executavam esses refinados ritmos europeus em salões de dança destinados exclusivamente às classes sociais mais altas. Entretanto, sua influência se espalhou para músicos populares e ex-escravos, que os fundiram com os ritmos e percussões africanos que lhes eram familiares. Dessa interação, surgiu uma nova geração de compositores e intérpretes que interpretaram essas melodias de forma “sentida” e “emocional”, dando origem a esse termo que, em espanhol, é traduzido como “llanto”.

     

    Esta pesquisa se baseia na vida e na obra inédita do compositor, clarinetista e líder de banda do início do século XX, Manuel Malaquias, nascido em 1894 no Rio de Janeiro, que, apesar de esquecido ou subestimado, é responsável por ter contribuído para o desenvolvimento da identidade cultural brasileira com mais de 150 obras enquadradas no gênero do choro. Gravou, a partir de 1913, centenas de obras para a gravadora Edison, tocando obras de sua autoria e também de importantes compositores de sua época, como Albertino Pimentel, Candinho, Irineu de Almeida e Casemiro Rocha, entre outros.

     

    Sua obra é importante, pois se situa em um período de transição entre o “europeu” e o “brasileiro”. Nas 76 gravações encontradas, realizadas entre 1904 e 1914 com o “Grupo do Malaquias”, percebe-se como suas composições são genuinamente concebidas como “polcas”, “schottish”, “valsas” e até “choros”, onde se percebe a naturalidade com que são tocados os instrumentos originalmente considerados “europeus” e as baixarias que são uma característica essencial da música popular brasileira, não só do choro, mas também do samba e de outros gêneros muito relevantes na atualidade.

     

    Parte dos objetivos do projeto é entender o contexto histórico e cultural de Malaquías para interpretá-lo de forma mais apropriada, gravar um CD e poder compartilhar esse conhecimento e conteúdo com a comunidade ibero-americana para promover o intercâmbio cultural e gerar maior interesse pela música brasileira fora do território do Brasil.

     

    Esse projeto de Javiera Hunfan foi selecionado pelo Ibermúsicas em sua linha de “Apoio a artistas e pesquisadores para residências”, chamada 2024.

  • O músico brasilerio Bernardo Ramos inicia seu processo de aperfeiçoamento técnico e artístico “Antropofagias pós-Hermeto: uma busca por novos caminhos para a música brasileira”

    O músico brasilerio Bernardo Ramos inicia seu processo de aperfeiçoamento técnico e artístico “Antropofagias pós-Hermeto: uma busca por novos caminhos para a música brasileira”

    O guitarrista, compositor e produtor brasileiro Bernardo Ramos fará uma imersão de aperfeiçoamento técnico-artístico na Schulich School of Music (McGill University, Montreal, Canadá), sob a orientação do professor John Hollenbeck.

     

    Durante os meses de fevereiro e março, Bernardo Ramos terá encontros regulares com o seu orientador, John Hollenbeck. Nesses encontros, serão discutidas questões avançadas de composição, performance e improvisação, dentro da zona híbrida entre o jazz, a música contemporânea de concerto e a música brasileira. Bernardo tem a tarefa de compor uma peça original, inspirado pelas provocações de Hollenbeck. Ao final desse processo, Bernardo Ramos fará um concerto-palestra no auditório da Schulich School of Music, no qual tocará peças selecionadas de sua obra, além da nova peça, composta em Montreal. Como atividade adicional, acompanhará as aulas coletivas regulares de seu orientador. Serão cursos de composição em jazz, improvisação e prática de conjunto, oferecidas na McGill University.

     

    Bernardo Ramos, natural do Rio de Janeiro, Brasil, é reconhecido por sua formação sob a orientação direta dos mestres Itiberê Zwarg e Hermeto Pascoal. Com mais de 20 anos de carreira, passou uma década como integrante da Itiberê Orquestra Família, gravou três álbuns e se apresentou em prestigiadas salas de concerto e festivais de América Latina. O artista é bacharel em violão clássico e mestrado em composição pela UFRJ. Como compositor, ganhou reconhecimento por sua colaboração com Naná Vasconcelos na trilha sonora da produção teatral “Capitães da Areia” (2005), indicada ao Prêmio Shell. Como instrumentista, ele se apresentou ao lado de figuras de destaque como Hermeto Pascoal, Dori Caymmi, Idriss Boudrioua, Joyce Moreno e Leny Andrade. Cofundador do grupo Bamboo, lançou dois álbuns de originais e recebeu reconhecimento internacional com o álbum “Gesto”, em parceria com com Joana Queiroz e Rafael Martini, lançado pela Spiral Music no Japão.

     

    Para além de músico, Ramos é produtor e arranjador, tendo projetos notáveis, como os álbuns “Toda pessoa pode ser Invenção”, de Fernanda Gonzaga, e “Uma maneira de dizer”, de Joana Queiroz. A sua produção no álbum “Sofia Gubaidúlina, Hermeto Pascoal e Ígor Stravinsky”, da pianista Erika Ribeiro, foi nomeada para o Grammy Latino 2022 na categoria de Melhor Instrumento Grammy Latino 2022 na categoria de Melhor Álbum de Música Instrumental. Seu trabalho como líder recebeu dois registros fonográficos. Em 2019, o artista lançou o álbum solo “Cangaço”, e em junho de 2024,“Poemas para Trio”, com Bruno Aguilar no baixo acústico e Reinaldo Boaventura nas percussões – ambos lançados pela Rocinante.

     

    John Hollenbeck é um compositor de música não categorizável. Um conceptualista capaz de traduzir as tradições do jazz e da nova música numa linguagem fresca, eclétia e virada para o futuro, intelectualmente gratificante mas sempre acessível e vibrante. Um baterista e percussionista dotado de uma versatiidade lúdica e de uma inteligência virtuosa. Acima de tudo, um pensador musical alérgico à repetição, procurando sempre surpreender-se a si próprio e ao seu público.

     

    O projeto de Bernardo Ramos foi selecionado na chamada 2024 do Programa Ibermúsicas na linha “Apoio à especialização e  aperfeiçoamento artístico e técnico”.

    • 13 de fevereiro, 16h: Masterclass no campus da “The Manhattan School of Music”, Nova York, EUA
  • A musicóloga, dramaturgista e diretora de ópera Ligiana Costa fará uma residência na Opéra Comique de Paris

    A musicóloga, dramaturgista e diretora de ópera Ligiana Costa fará uma residência na Opéra Comique de Paris

    A musicóloga, dramaturgista e diretora de ópera Ligiana Costa passará 40 dias trabalhando junto à dramaturgista Agnés Terrier, responsável pelo dramaturgismo da importante Opéra Comique de Paris. Neste período, Ligiana participará com uma apresentação da conferência Prima de parole dentro da mesma instituição nos dias 12 e 13 de fevereiro.

     

    Ligiana Costa é graduada em canto lírico pela Universidade de Brasília, com especialização em canto barroco pelo Conservatório Real de Haia (Holanda). Possui mestrado em Filologia Musical pela Faculdade de Musicologia de Cremona (Itália) e doutorado em musicologia pela Universidade de Tours (França) e pela Universidade de Milão, com uma tese sobre ópera barroca italiana.

     

    Publicou livros de musicologia pela Editora da UNESP e em 2017, concluiu um pós-doutorado na USP, cujo resultado, o livro “O Corego”, foi lançado pela Edusp e premiado pelo Prêmio Flaiano (Itália) e pelo Prêmio Jabuti em 2018.

     

    Atua como dramaturgista junto a encenadores como Lisenka Heijboer Castañón, Carla Camurati, Pedro Salazar, William Pereira e Cibele Forjaz. Em 2024 estreou como criadora e diretora do espetáculo operístico Grão da Voz, com o sopranista Bruno de Sá, no Theatro São Pedro em São Paulo. Além disso, Ligiana é cantora e compositora, sendo seu trabalho mais recente “Sá, um oratório para a Terra”.

     

    O projeto de Ligiana Costa foi selecionado na chamada 2024 do Programa Ibermúsicas na linha “Apoio a artistas e pesquisadores para residências”.

    • De 11 de fevereiro a 17 de março na Opéra Comique de Paris
  • A Corporación Centro de Investigación e Interpretación de Música Nueva – CÉNIT, da Colômbia, apresentará no México “Memórias de uma história viva: intervenções sonoras sobre as memórias das vítimas do conflito armado na Colômbia”

    A Corporación Centro de Investigación e Interpretación de Música Nueva – CÉNIT, da Colômbia, apresentará no México “Memórias de uma história viva: intervenções sonoras sobre as memórias das vítimas do conflito armado na Colômbia”

    Cénit apresentará o concerto “Memórias de uma história viva: intervenções sonoras sobre as memórias das vítimas do conflito armado na Colômbia” no Centro Mexicano para la Música y las Artes Sonoras (CMMAS) na cidade de Morelia, Michoacán, México, como parte da série de concertos “Concertos de sexta-feira”.

    O Cénit Ensamble nasceu em 2017 a partir da necessidade de um grupo de músicos profissionais da cidade de Pereira (Colômbia) de explorar a música contemporânea. Desde seu início, o Cénit teve como norte a promoção da nova música e de jovens compositores, buscando sempre realizar concertos, em sua maioria com obras criadas sob encomenda para os diferentes projetos que foram propostos ao longo dos anos.

    Em 2023, após a publicação do Relatório Final da Comissão para o Esclarecimento da Verdade, da Coexistência e da Não Repetição, o Cénit Ensamble quis se unir ao esforço de difundir a principal mensagem de perdão contida nesse relatório, com a ideia de contar as histórias nele contidas para que esses eventos atrozes não voltem a acontecer.

    Esse projeto ganhou a convocatória 2024 do Programa Ibermúsicas na linha de “Apoio à circulação de profissionais da música”.

     

    • Sexta-feira, 7 de fevereiro, no Centro Mexicano para a Música e as Artes Sonoras (CMMAS), Morelia, Michoacán, México. Ele pode ser visto e ouvido em: https://www.youtube.com/@cenitensamble9490
  • Chega ao Rio de Janeiro a 4ª edição do Festival Corpos Visíveis realizado em conjunto com a VII Mostra Cine Diversidade

    Chega ao Rio de Janeiro a 4ª edição do Festival Corpos Visíveis realizado em conjunto com a VII Mostra Cine Diversidade

    “Corpos Visíveis” é o primeiro festival latino-americano focado em gênero e diversidade. Em fevereiro de 2025 ele chega à sua 4ª edição para pautar também a cultura indígena e negra e a diversidade territorial e identitária brasileira e latinoamericana, conectando campo e cidade, arte e sustentabilidade, artistas e produtoras de cultura em rede latino-americana.

     

    Realizado em conjunto com a VII Mostra Cine Diversidade, o evento acontecerá entre os dias 17 de janeiro e 22 de fevereiro de 2025, pela primeira vez de forma itinerante na cidade do Rio de Janeiro, em 6 dias de programação, da zona sul à norte da cidade. Ao todo, são 8 shows, 10 performances, 10 DJ sets, 5 oficinas, 5 palestras, inclusive com a participação da produtora chilena Ilse Farías Álvarez, representante do Festival Udara para debater, articular soluções coletivas e estimular a geração de oportunidades para a internacionalização de projetos musicais entre países latino-americanos levando em consideração o protagonismo feminino e da diversidade no mercado criativo.

     

    O debate abre o terceiro dia do Festival, às 11h, no Museu de Arte do Rio (MAR), localizado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro e será seguido de um encontro para network e fortalecimento das redes latino-americanas de cultura e economia criativa. Neste mesmo dia, o Festival trás ao palco o bloco AGITOÊ, o baque de maracatú Baque Mulher e o grupo de carimbó Aturiá, além da DJ Laís Conti nos intervalos, exbições de videoartes e clipes da Mostra Cine Diversidade e live panting com a muralista indígena Dani Ramalho.

     

    A presença de Ilse Farías Álvarez no festival é possível graças ao apoio do Ibermúsicas por meio de sua linha de “Apoio à programação musical”, chamada 2024.

     

    • 1º de fevereiro no Museu de Arte do Rio (MAR), Praça Mauá, 5 – Saúde, Rio de Janeiro – RJ, 20081-240
  • O contrabaixista chileno David Alexis Torrejón Cifuentes inicia seu estágio de aperfeiçoamento técnico e estilístico em contrabaixo no tango

    O contrabaixista chileno David Alexis Torrejón Cifuentes inicia seu estágio de aperfeiçoamento técnico e estilístico em contrabaixo no tango

    O projeto consiste em um programa de aprimoramento técnico e interpretativo do contrabaixo, com foco especializado em tango, sob a orientação do professor Ariel Eberstein, proeminente músico e pedagogo radicado na Europa.

     

    Esse programa, que será realizado durante seis meses, incluirá um estudo aprofundado de técnicas interpretativas, repertório de tango em conjunto e solo, explorando tanto obras clássicas argentinas quanto peças chilenas do gênero.

     

    O objetivo principal é dominar a versatilidade técnica do contrabaixo no tango e desenvolver um discurso sonoro próprio. Ele também busca contribuir para o desenvolvimento da comunidade chilena de música de tango por meio da aquisição e subsequente transmissão de conhecimento avançado do gênero.

     

    David Alexis Torrejón Cifuentes é um contrabaixista e baixista elétrico chileno com experiência na execução de música popular e clássica. Ele fez parte de vários projetos musicais, incluindo sua participação no programa internacional Ethno World, implementado pela Junesses Musicales Internationa (JMI), explorando a música tradicional de diferentes culturas. Seu foco artístico atual é o tango, tanto em sua prática performática quanto na pesquisa do repertório chileno e argentino, buscando conectar essas experiências de uma mesma corrente.

     

    David Alexis Torrejón Cifuentes ganhou a linha “Apoio à especialização e aperfeiçoamento artístico e técnico” do Programa Ibermúsicas, convocatória 2024.

     

    • Janeiro a julho. Estúdio do Professor Ariel Eberstein, Bruxelas, Bélgica
  • A gravadora peruana Buh Records lança o álbum Travesías, da compositora venezuelana Oksana Linde

    A gravadora peruana Buh Records lança o álbum Travesías, da compositora venezuelana Oksana Linde

    Travesías nos permite redescobrir o trabalho de uma artista já essencial. O impacto de Aquatic e other worlds rapidamente colocou Oksana Linde no lugar que ela merece como uma artista com um estilo pessoal profundamente evocativo. Travesías continua o trabalho de trazer à luz um dos arquivos mais fascinantes da música eletrônica produzida na América Latina.

     

    As peças musicais incluídas em Travesías foram compostas e produzidas por Oksana Linde entre 1986 e 1994, em seu estúdio particular em San Antonio de Los Altos, Venezuela. Elas pertencem ao mesmo período criativo das peças incluídas em Aquatic and Other Worlds (Buh, 2022), mas são composições que fizeram parte de momentos específicos da trajetória musical de Linde, razão pela qual não foram incluídas nesse álbum.

     

    As peças “Mundos Flotantes”, “Horizontes Lejanos” e “Arrecifes en el espacio” foram compostas expressamente para o espetáculo Travesía Acuastral, apresentado por Linde em fevereiro de 1991 na Casa Rómulo Gallegos, como parte do 3º Encuentro de la Nueva Música Electrónica, produzido por Maite Galán e com a cumplicidade do grupo Musikautomatika (formado por Luis Levin, Alvise Sacchi e Stefano Gramitto). Esse evento foi um marco para a articulação de uma cena de música eletrônica experimental na Venezuela, na época uma das mais ativas da América Latina. Além de grandes nomes venezuelanos como Miguel Noya, Beatriz Bilbao, Gerry Weil e Vinicio Adames, entre outros, participaram artistas estreantes como Alberto Robert, Winston Borrero e Oksana Linde.

     

    Linde apresentou um total de dez peças, algumas delas com a participação de Aimé Tillett no oboé e Elisa Ochoa na flauta. Foi o primeiro e único concerto realizado pela artista, as dificuldades de levar ao palco a complexa manipulação de vários sintetizadores ao vivo, somadas a várias falhas técnicas, a dissuadiram de repetir a experiência. Essa compilação resgata três das gravações feitas por Linde, antes da apresentação ao vivo e que, como todas as gravações incluídas neste álbum, vêm de fitas cassete antigas que a artista armazenou durante anos e que foram digitalizadas e restauradas para a presente edição.

     

    O nome “Travesía Acuastral” refere-se à imaginação surrealista que estimulou grande parte da produção do artista, em particular a ideia de estados da matéria que não têm limites entre si, que podem se transmutar, como nas imagens de um sonho. Essas ideias de formas extraordinárias de perceber a realidade se conectaram em algum momento com certas tendências de meditação alternativa, como o Reiki, uma técnica que faz parte das terapias energéticas e que consiste em transferir energia universal para um paciente por meio das mãos. Linde começou a se interessar por esse tipo de terapia em meados da década de 1980, alguns anos após os graves problemas de saúde que a levaram a abandonar seu emprego como pesquisadora química.

     

    Foi Julio César González, um famoso mestre curandeiro venezuelano, que, ao conhecer o talento de Linde, pediu-lhe que compusesse algumas peças para serem usadas em sessões de meditação. O interesse da artista aumentou quando ela assistiu a uma palestra de uma discípula da mundialmente famosa curandeira espiritual e empresária Barbara Ann Brennan e também descobriu a técnica de cura de Dasihara Narada. O resultado foram sete composições, das quais esta compilação resgata quatro: “Fireflies in the Mangroves”, “Stars I” e “II” e “Kerepakupai vena”. Esta última se refere a duas palavras da comunidade indígena Pemón do sudeste da Venezuela, que significa Angel Falls, o nome de uma famosa cachoeira, conhecida por ser a mais alta do mundo, localizada no estado de Bolívar, Venezuela. Nesse sentido, o nome também se refere a outro dos temas favoritos de Linde: água.

     

    “Sahara” é uma das últimas peças gravadas por Linde e data de 1994, pouco antes de ela vender todos os seus equipamentos eletrônicos, sofrendo com vários problemas financeiros e de saúde. É uma das peças mais extensas da compositora, em que os acordes permitem um desenvolvimento climático e motivos marcantes, talvez inspirados pelo legado do compositor impressionista Claude Debussy, uma grande influência na música cinematográfica e na eletrônica espacial de artistas como Isao Tomita.

     

    Essa compilação foi lançada pela Buh Records em uma edição limitada de 500 cópias. Compilação e notas do encarte por Luis Alvarado. Masterizado por Alberto Cendra no Garden Lab Audio. Arte e design de Gonzalo de Montreuil. Foto da capa por Elisa Ochoa Linde. Este álbum é possível graças ao apoio do Programa Ibermúsicas.