O Coro Nacional de Cuba realizou a estreia de Martianas, a obra da compositora Beatriz Corona, ganhadora do III Concurso de Composição Coral Ibermúsicas 2020 o

No dia 29 de janeiro no Salão dos Espelhos do Museu da Revolução, o Coro Nacional de Cuba, dirigido pela mestra Digna Guerra, realizou a estreia de “Martianas”, obra composta pela compositora cubana Beatriz Corona que fora ganhadora do III Concurso Composição Coral Ibermúsicas 2021. A obra é composta de cinco peças para coro misto sobre textos de José Martí, criadas a partir de elementos rítmicos de música cubana como a habanera, a guajira, o son e o danzón.

A compositora cubana Beatriz Corona Rodríguez se tornou a primeira mulher a conquistar o Prêmio Ibermúsicas de Composição. Neste caso, entre 156 candidatos a concurso. A maestra Digna Guerra, de Cuba; junto aos maestros Rodrigo Cadet, do México, e Esteban Louise, do Uruguai, integraram o júri que em decisão unânime deu por vencedora a “Martianas”.

Beatriz Corona não se lembra do momento exato em que decidiu dedicar-se à música; mas influiu nela o fato de ter crescido em um ambiente musical, onde seu pai tocava muito bem a guitarra e cantava temas tradicionais cubanos, e sua mãe, que a levou a fazer as provas de aptidão para entrar no conservatório Alejandro García Caturla, também tinha estudado canto lírico, ambos como amadores. Depois, cursando o nível médio, Beatriz Corona muda-se da especialidade de piano para a de direção coral, onde começa a escrever suas primeiras composições, «dada a escassez de repertório para dar aulas nas mais primeiras gerações». Durante todos estes anos de dedicação profissional, para esta diretora coral e produtora, longe de ser um sacrifício, equilibrar a maternidade com a música «é um prazer. Trata-se de levar as duas coisas a par, realocar o tempo para que ambas as coisas funcionem: dedicar atenção a cada uma. Eu gostei muito, eu acho que correu bem. Meus filhos e minha música são minha essência». Na composição ressalta o hábil manejo de padrões próprios de gêneros tradicionais como a guajira e o son em perfeita sinergia com as exigências do trabalho coral. Características que prevalecem no catálogo desta compositora cujos primeiros passos foram guiados pelos maestros Harold Gramatges e Alfredo Diez Nieto e que conseguiu um merecido reconhecimento por sua valiosa contribuição à música cubana.

A música de Beatriz Corona nutre o repertório coral de escolas de música e de reconhecidos agrupamentos corais como Exaudi, o Coro Nacional de Cuba e a Schola Cantorum Coralina. Sua vasta produção musical inclui mais de trezentas partituras de música coral, sinfônica e de câmara, nas quais predomina seu interesse na voz humana como meio sonoro insuperável. Boa parte deste trabalho autoral e seu trabalho como orquestradora se encontra recolhido em vários discos, entre os quais se destacam Chove cada domingo (1987), Ar noturno (2002), Trova de Câmara (2009), O site do coração (2009) e Pianos (2009).

O prêmio de Ibermúsicas se soma a outros reconhecimentos que recebeu como a Distinção pela Cultura Nacional (2002), Prêmios de Composição Uneac (1986, 1987, 1988 e 1989), Prêmio de Composição Festival de Habaneras de Torrevieja (Espanha, 2002) e Prêmio Música Coral CUBADISCO 2002.