A artista equatoriana Carla Calasanz, juntamente com a argentina Vivi Pozzebón, apresentam a sua canção “Agüita de vieja”, vencedora do concurso Ibermúsicas de Criação de Canção

Cala Calasanz é uma cantora, atriz e produtora equatoriana. Na sua música, funde o bestial e o sublime, mergulhando em emoções intensas e explorando os temas que atravessam a sua própria história, como a migração, a morte, os laços, os rituais. Compõe no meio da natureza, entre montanhas nevadas, vulcões, lagos, rios, ligando-se às suas emoções e acabando por viajar ao encontro de amigos que a acompanham para dar à luz as suas criações.

 

Esta obra é um testemunho do poder transformador da música encarnado na própria história da artista. Em cada acorde está subjacente o eco da migração da mulher artista latino-americana, o perdão, o erotismo, o despertar criativo, os laços humanos, a ancestralidade, os rituais, temas que tecem o fio das histórias que se tornam intemporais. Nesta alquimia sonora, os duelos transformam-se numa celebração partilhada: a música.

 

O universo sonoro da artista é um diálogo entre sonoridades equatorianas ancestrais e contemporâneas do Pacífico Sul e seu encontro com o universo noturno, passional e teatral, incorporando o bolero e a cumbia como linguagens próprias.

 

Agüita de vieja (água de velha) é uma canção às raízes equatorianas de Carla, às suas nuances, às suas cores, às suas histórias… à melancolia e à celebração. Foi composta no contexto de uma residência artística na natureza, em Córdoba e na Patagônia Argentina, juntamente com Vivi Pozzebón, uma artista de Córdoba que é uma referência na música afro-latina na América Latina. As serras, os lagos, os vulcões, os rios e riachos foram testemunhas deste “exorcismo” que lhe permitiu transformar as suas próprias mágoas em música.

 

É dedicado às suas avós e aos curandeiros da sua terra. Na gíria equatoriana, quando se está a sofrer, seja física ou emocionalmente, manda-se beber agüita de vieja (água de velha). Em alguns bairros populares há aguateiras/os ou curandeiras/ros que vendem as suas águas curativas. São como vendedores de gelados que expõem as suas plantas, frutos e misturas num relance.

 

A canção conta com a participação de Kevin Santos, do Equador, na marimba e percussões, Vivi Pozzebón, da Argentina, na percussão e voz, e com a produção musical de Grecia Albán, do Equador, e Juan Barallobres, da Argentina.

 

https://open.spotify.com/intl-es/track/0KAlcCeUQFUhFMGrE22OuL?si=e00e55848c2d470d